Para Juliana Saab, Country Lead da GPJ Brasil, 2023 será o ano de sensibilizar as pessoas

O cenário pós-pandemia trouxe ao mundo do live marketing o desafio de entregar um evento completo, com experiências e emoções para os formatos presencial, virtual e híbrido. O objetivo é sempre envolver o público-alvo, colocando-o como protagonista, no centro do relacionamento com as marcas.

Os caminhos para chegar lá são os mais diversos: pode ser um dia de evento, uma feira ou congresso, a ativação de uma marca ou uma simples recepção de novos colaboradores. Em comum, duas exigências não podem faltar: emoção para os convidados e impacto para criar novas memórias para marcas e pessoas.

Para Juliana Saab, Country Lead da GPJ Brasil, unidade brasileira da agência líder mundial em live marketing/brand experience George P. Johnson, um elemento imprescindível é o fator humano. “A primeira tentação de 2023 é usar a tecnologia, que precisa se somar a experiências sedutoras. O convidado que participou presencialmente da festa deseja ir além ir além dos pixels das telas de led e dos hologramas. E aquele que está em casa de pijama pode acabar se levantando para ver o que tem na geladeira, se o seu evento não trouxer ideias diferentes, nem despertar sensações e emoções significativas. Mais do que telas touch, este será o ano de tocar as pessoas para que elas se sensibilizem, sintam-se transformadas mesmo à distância”, aponta a Relações Públicas. 

Para garantir uma audiência engajada, Juliana listou quatro tendências para 2023:

1 – Menos telas, mais calor humano

Somar tecnologia e criatividade com maestria nas diferentes mídias é o que vai colocar sua marca à frente das outras. Atualmente tem acontecido quase o oposto. Segundo pesquisa da Markletic, plataforma de insights para o marketing B2B, cerca de 40% das pessoas que frequentam eventos híbridos de forma remota declararam ter dificuldade de se sentirem incluídas. Na visão de uma empresa de eventos, qual o caminho para a mudança?

O Cisco Impact FY23, por exemplo – conferência anual de vendas realizada em Las Vegas em 2022 para 14 mil participantes presenciais e 6 mil online – apresentou soluções arrebatadoras. Com profissionais exclusivamente dedicados a manter a energia da plataforma digital, a audiência à distância teve a chance de compartilhar histórias no ambiente físico, recomendar conteúdo, interagir com colegas e concorrer a prêmios.

Um sistema de pontuação e contribuição coletiva permitiu, ainda, desbloquear uma doação para instituições do Terceiro Setor. O resultado é que, entre experiências inéditas, 86% dos participantes aprovaram sua interação online.

2 – Leve as coisas para o lado pessoal, sim

2023 será mais do que o ano da experiência, mas da hiperpersonalização dessa experiência. Isso quer dizer que não basta criar ações para seus fãs. Cada pessoa tem que sentir como se aquela ideia tivesse sido criada especialmente para ela. De acordo com a empresa de consultoria McKinsey, 71% dos consumidores esperam que as marcas entreguem conexões personalizadas e 76% se sentem frustrados caso não tenham suas expectativas atendidas. No live marketing, a gestão de eventos corporativos que ajuda a despertar emoções e memórias exclusivas de marca é uma das ferramentas mais tangíveis para preencher esse vazio.

3 – Ao lado do brainstorm, o heartstorm

Essa conversa é sobre data analytics também. Busque entender o que o seu consumidor deseja, crie mecanismos para dialogar antes, durante e pós-evento. Perceba as emoções que ele gostaria de sentir, o que ajuda a despertar seus melhores sentimentos. Esses são os insumos que vão moldar a jornada com o objetivo de surpreender, personalizar e fazer de 2023 um ano inesquecível para a sua audiência. Aí se constroem experiências que apenas sua marca, com características únicas, é capaz de desenvolver. Quando o consumidor se sente tocado e aprende com a experiência, ele é capaz de agir a favor da sua marca.

Mais que inteligência de dados, 2023 será o ano do algoritmo das emoções e da inteligência dos afetos. Da sua conexão com o mundo, através de iniciativas mais sustentáveis, experiências acessíveis a todos. Estratégias para planejamento de eventos corporativos que, além de entreter e promover produtos, busquem deixar legado ao planeta e à vida das pessoas. 

4 – ESG antes de a sua experiência começar: boas práticas de mercado

Será um ano também para repensar ainda mais a relação das grandes corporações com sua agência de marketing de eventos. Muitas já têm feito isso. O atual modelo de contratação baseado em concorrência tem sido questionado. A lógica tradicional que privilegia preço, com prazos curtíssimos, inúmeras agências envolvidas e briefing vagos já começou a ser trocada por processos mais eficientes. Prazos de pagamento, que em alguns casos chegam a seis meses e podem prejudicar toda a cadeia de fornecedores dos eventos, vêm sendo renegociados.

Na era do ESG, um dos KPIs de sucesso do live marketing é a relação que a marca constrói com os responsáveis por fazer a experiência acontecer. Times satisfeitos realizam entregas em patamares mais elevados. E isso se traduz em competitividade.